terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Gazes de Gaza…e do resto do mundo.


“Líderes mundiais apelam ao cessar-fogo em Gaza.”

Que frase fantástica. É manchete em jornais. Fica-lhes bem, aos líderes.

Aliás, isto faz parte do papel da personagem que cada líder de cada país tem.

Pedir a paz é apenas uma formalidade. E é apenas uma formalidade porque quem a pede também sabe que é inútil pedir. A hipocrisia no mundo abunda.

Sejamos honestos, alguém acredita que a maioria da população do mundo está deveras preocupada com as bombas que caem em Gaza ou fora dela?

Tendo o nosso país como amostra, acham que a maioria da população (segundo a lenda) se preocupa com isso depois do Benfica ter perdido com o Trofense?

Para seis milhões isso sim é uma catástrofe, ainda por cima e por consequência perdem a liderança do campeonato para um clube que conseguiu juntar para assistir a um simples treino 4000 pobres de espírito no dia de ano novo debaixo de uma chuva torrencial. Querem maior desastre?

A diversidade de seres humanos que existe no planeta, ainda que grande, não chega a ser suficientemente generosa para albergar um bom numero destas criaturas em que o seu ser vá para além da palavra humano que os caracteriza.

Ainda assim, desta vez não fiquei zangado com o nosso governo relativamente à posição que tomou quanto à guerra. No meio de todo este teatro para não correr o risco de errar adoptou o papel que adora e mais vezes usa em questões internacionais, o de “Transparente”, não diz declaradamente quem acha que tem razão para que passemos despercebidos, e cumpriu o resto do seu papel pedindo também o cessar-fogo.

O problema no meio de tudo isto é que a parte do mundo que pede o cessar-fogo é a que não está em guerra, de resto como é normal, e quem está em guerra não está minimamente interessado no cessar-fogo, posição que também nada tem de anormal infelizmente.

Nada disto é novo, tem acontecido inúmeras vezes em diversos cenários de violência. Daí ser inútil o pedido. Pede-se por pedir. Mas querem fazer-me crer que um islamita do Hamas ouve o Papa Bento XVI? Está tudo doido ou quê?

Muito se tem opinado e analisado na comunicação social acerca do assunto. Falam entendidos, outros nem tanto. Mas algo que acho curioso é quando oiço dizer que a força aplicada por Israel é desproporcionada, mas nunca é sugerido o modo de a proporcionar.

Acusam Israel de matar civis. É verdade, também morrerão alguns certamente e infelizmente. Mas é bom lembrar que o Hamas é constituído por palestinianos que só matam civis em Israel.

Acusam Israel de não cumprir acordos internacionais devido à possibilidade de muitas mortes civis. Meus caros, nunca existiram guerras limpas, nem vão existir, por isso se chama “guerra”.

Será jogo limpo o Hamas diluir-se na população, não usar farda militar, utilizar escudos humanos, utilizar hospitais e mesquitas como postos de comando ou armazéns bélicos?

Alguém questiona o povo palestiniano pelo facto de enviarem rockets sem conta e indiscriminadamente para território Israelita cada vez que lhes apetece?

Será o povo palestiniano digno de ajuda depois de apoiar uma organização terrorista e a sua ideologia em riscar Israel do mapa?

Que fique claro, o Hamas em nome da Palestina por quem é apoiado, anunciou que não renovaria tréguas com Israel e tornou a ser uma vez mais o primeiro a atacar.

É inconcebível que se continue a dar cobertura a todos os crimes e atrocidades que a Palestina comete sobre Israel e que se condene um país e um povo que é alvo sistematicamente de ataques terroristas apenas porque se recusa a dar a outra face.

A história resume-se a isto:

A Palestina pediu através do Hamas, Israel está a dar.

PS – A União Europeia garantiu três milhões de euros para os palestinianos. Perguntaram a algum de vocês se queriam enviar dinheiro para lá? A mim não.

Não chegará o dinheiro e apoio do Irão?

8 Pinokadas:

Teté disse...

Discordo completamente da tua análise.

Naquele conflito ninguém tem razão, mas os israelitas usam realmente uma força desproporcionada, que chacina a população palestiniana, tal como os nazis fizeram aos seu antepassados: a eito e indiscriminadamente!

Gosto muito da segunda música da tua playlist! Sabes dizer-me de quem é?

Beijoca!

O Pinoka disse...

Teté

Aceito que discordes da minha análise mas sinceramente não vejo comparação possível com os nazis. Aliás, a única semelhança que lhe posso encontrar é no facto da Palestina desejar a eliminação total do povo judeu.
Israel poderá ter cometido muitos erros relativamente ao povo palestiniano, é um facto, mas ninguém pode dizer que quem tem colocado mais obstáculos a qualquer tratado de paz tem sido a Palestina. Neste momento Israel age em legitima defesa.
Em sentido personificado, a Palestina pode ser comparada aquele tipo de rufia que pensa que pode ir provocando e ofendendo tudo e todos só por que usa óculos, até que um dia aparece alguém que não se rala muito com isso e olha…


Relativamente à música penso que te referes a este tema “Jolly Old St. Nicholas” o autor é desconhecido e é sempre referida como “tradicional” quando interpretada por diversos músicos, neste caso quem a toca é John McGrew de forma acústica.

Beijocas

Alex disse...

Um post corajoso.

Pois é Pinoka, é verdade; É verdade mas politicamente incorrecto. O que está a dar é bater nos israelitas e não é de agora, já é do tempo de Arafat. Lutar por um território palestiniano é uma coisa, com a qual se concorda ou não; fazê-lo em "luta" armada com terroristas treinados nos campos da Líbia é outra. O terrorismo está entranhado na cultura e na educação por aquelas bandas. É lamentável mas é verdade; não é xenofobia, é a realidade. Não estou contra ninguém, estou a favor da humanidade e, assim sendo, o terrorismo, seja porque motivo for, com que "causa" for, é intolerável.
Os israelitas são brutos? São. Têm de ser. O povo judeu passou cerca de 2000 anos vagueando pelo deserto a dizer "Até para o ano em Jerusalém"É preciso ter coragem e uma coesão difícil de manter. Creio que as pessoas se esquecem, e muitas ignoram, que o Estado de Israel só foi fundado no final da década de 40, após uma persistência impar, e pacífica. Nessa mesma década de 40 o povo judeu foi dizimado por uma fúria de barbárie, desumanidade e ódio sem precedentes. Em 60 anos fizeram de um deserto um país fértil e próspero. Deveria ser impotente e pacifista? O pacifismo é um luxo a que se podem dar aqueles que não são agredidos ou que contam com outros para os defender. É fácil falar contra a América mas a verdade é que hoje não vivemos sob uma conquista nazi e não passamos pelo terror da segunda guerra. Não falaríamos assim nos dias do desembarque na Normandia, como não teríamos a veleidade que criticar Israel se tivéssemos de defender as nossas vidas, os nossos filhos, mais do que o nosso país, de uma ameaça, permanentemente concretizada, de terrorismo falsamente religioso e "na defesa dos oprimidos".
Que haja paz, claro.
Que a actual situação em Gaza é um barril de pólvora que nos pode rebentar na cara, é óbvio.
Não é possível ficar indiferente perante as terríveis imagens que nos chegam diariamente; ver crianças que nem percebemos se estão mortas ou vivas transportadas ao colo, como nós por cá o fazemos em Paz, quando as retiramos do duche e, entre risos, e as levamos para dormirem um sono calmo e despreocupado. Não é possível…
Israel é constantemente acusado de indiscriminação nos seus ataques, de não respeitar a população civil. Onde está o exercito do Hamas? Qual é o respeito que tem pelas suas crianças um povo que permite que entre as suas famílias se alojem guerrilheiros e armamento? Terão outra opção? Consideram justo e corajoso? Não sei, sei que é assim.
Não podemos ignorar, apenas porque acontece (por enquanto…) longe o que é o Hamas, como actua, o que pretende, onde se esconde. Se o fizermos será melhor termos consciência de que um dia nos poderá bater à porta e, então o nosso pacifismo politicamente correcto cairá por terra juntamente com a morte disseminada em nossa volta.

alfabeta disse...

Tens muita razão quando dizes que ninguém questiona o povo palestiniano quando resolvem atacar Israel cada vez que lhes apetece.

Para aqueles lados já não há esperança, eu não acredito na paz daquela região.
Só tenho pena das crianças e o Hamas é tão covarde que se escondem entre os civis, como escolas por exemplo.
Quanto aos lideres mundiais em apelarem ao cessar fogo, acho bem, estejam a ser honestos ou não, estão a fazer o que lhes compete, e acredito que o estejam a ser, eu importo-me ao saber que há crianças vitimas duma guerra de adultos estúpida.

Blueminerva disse...

Querido Pinoka sabes o que te digo... este mundo tem demasiados Pilates... e por aqui me fico, certa de que entenderás o meu desabafo.


beijocas

Azul Diamante azul disse...

Mundo cão.

Beijinho que tal procurares a resposta em Utopias

Leonor disse...

Tenho sentimentos contraditórios em relação a este assunto... a minha primeira e instintiva reacção é doer-me ... dói-me sempre ver vidas humanas desgraçadas desta forma, mas logo de seguida reajo da mesma forma que tu ... o Hamas é perigoso, difícil de combater porque impossível de localizar e identificar e todo um povo é cerebralmente educado num excesso de violência cego desde tenra idade.
Infelizmente, acho honestamente que aquele canto do mundo não tem solução possível ... é assim e sempre será até que se matem todos uns aos outros. Aqui faço rewind ... dói, dói ver até onde pode ir a violência e o excesso do homem! Aquilo não tem solução!

Mariazinha disse...

Gostei da forma assertiva com que
abordaste este tema.
É bastante difícil colocar-me a favor ,quer do Hamas,quer de Israel. Eu estou a favor da vítimas,do cidadão comum que vê morrer os filhos de um lado e de outro.Gaza ultrapassa as fronteiras de Israel,é assunto para os Bildbergers deste mundo.
Não vejo solução facil para este conflito que é certamente utilizado para jogos de interesses.

Beijokas