sábado, 12 de setembro de 2009

Algarve. Sabem qual é o verdadeiro perigo para os banhistas em Quarteira?


Imaginem que enquanto nadam ou brincam com os vossos filhos ou amigos dentro de água, alguém repentinamente, é atingido por um arpão.


Pois é, na Quarteira, mais exactamente na praia do Pontal, pratica-se pesca submarina junto aos “molhes” da praia. Os “molhes”, para quem não conhece, são os vulgares pontões feitos de pedras e rochas que formam reentrâncias no mar conforme a imagem mostra (clicar na imagem).


Agora, querem saber a parte bizarra do problema?

Quem pratica caça submarina junto á praia, perto dos banhistas durante o dia, são os Nadadores Salvadores do Instituto de Socorros a Náufragos.

Leram bem, foi isso mesmo que quis dizer N-A-D-A-D-O-R-E-S S-A-L-V-A-D-O-R-E-S.

Provavelmente ficaram tão espantados como o agente da polícia marítima com quem falei por telefone quando fiz a denuncia.

Sabem como fiquei a conhecer um destes animais que pratica este crime com frequência e com a conivência dos colegas de função? Eu conto.


Era mais um grande dia de praia, estava eu mais um amigo a praticar Snorkeling e a apanhar umas conchinhas dada a exigência da minha Pinokinha, quando reparamos num individuo a entrar no mar encostado ás rochas, equipado a rigor para a caça submarina.

Enquanto isso, em cima do “molhe” aparecera uma Nadadora Salvadora que o seguia.

Ao ver o indivíduo entrar na água armado, de imediato saímos nós, não tinha a mínima vontade de correr o risco de ser atingido acidentalmente pela arma.

Dirigi-me á vigilante do I.S.N que o seguia com a visão e disse-lhe o que ela já sabia:

- Aquele senhor não pode pescar aqui com aquela arma.

Ao que ela me respondeu:

- Pois… já estou farta de o avisar…mas ele não liga…

- Então chame as autoridades. – Disse-lhe eu.

Encolheu os ombros e continuou a segui-lo com o olhar. Teve esta atitude passiva durante todo o tempo que ele lá esteve a caçar sem o tentar impedir. Toda esta situação fez-me imensa confusão mas acabei por esquecer.

Passadas umas horas, enquanto comíamos umas sandochas em amena cavaqueira debaixo das sombras dos chapéus-de-sol com a criançada, eis que se aproxima um Nadador Salvador, vestido a rigor, a comer uma bolacha descontraidamente e nos questiona:

- Boa tarde! Foram os senhores que há bocado disseram alguma coisa acerca de alguém que estava caçar no mar junto á praia?

Ao que o meu colega P. respondeu:

- Agora é que você aparece? A esta hora o tipo já deve ter almoçado o peixe que apanhou.

- E os senhores viram quem era? Conhecem-no?

-Não! – respondemos em coro – Ele já estava equipado com a mascara. Mas vimos o peixe que apanhou.

È então que ele responde com ar sarcástico:

-Era eu.

Na altura, completamente aparvalhado com aquele descaramento todo, apenas tive como reacção uma bela gargalhada e a única coisa que me saiu foi:

- Isto não é normal, pois não?

O meu colega P. que tem um “bocadinho” menos de paciência que eu, chamou-lhe logo parvo. E enquanto o P. lhe chamava parvo eu perguntava-lhe se conhecia a lei, ao que me respondeu:

- Pode-se caçar ali sim senhor. E tenho ali a licença se a quiser ver.

Tornei a dizer-lhe:

- Não, não quero ver a licença. Você é Nadador Salvador e não conhece a lei. Não sabe que não pode caçar com a arma perto da zona de banhistas? È praticante de pesca submarina e não sabe que tem um numero de metros delimitado por lei que o proíbe de o fazer junto á praia?

Entretanto levantou-se e foi-se embora quando se apercebeu que o nosso tom de vós engrossou significativamente.


Mas o mais caricato de toda a situação, é que além de toda esta provocação, no dia seguinte foi pescar exactamente nas mesmas circunstâncias. Aqui acabámos-lhe mesmo com o dia de pesca, liguei para a Policia Marítima e quando se aperceberam que eu estava ao telemóvel, abandonaram o local.


È claro que para estes animais irresponsáveis que trabalham para o I.S.N. sofrerem sanções legais, tem de ser apanhados em flagrante, tal como me disse o agente com quem falei, de qualquer forma afiançou-me que iriam tomar conta da ocorrência e que iriam deslocar-se ao local. Espero que o tenham feito.


Resumindo, o "modus operandi dos asnos é o seguinte:

Vão pelo menos dois. Um vai caçar e o outro fica a vigiar em cima do “molhe” para na eventualidade de aparecer alguém indesejado. Em caso de alerta o mergulhador passa a arma a quem está em cima já em terra e este fá-la desaparecer rapidamente enquanto ele sai a nado pelo outro lado.


Como vêem, para assar uns Sarguetes que nem tamanho legal têem para serem apanhados, é simples e eficaz. Pelo menos até acertarem em alguém por engano.


Meus amigos, são estes anormais que são pagos para vigiar os banhistas como vocês e como eu. È a este tipo de gente em quem temos de confiar a nossa segurança na praia.


E agora perguntam vocês:

Então, e além disto os Nadadores Salvadores não fazem mais nada na praia?

Fazem. E posso garantir em que função os Nadadores Salvadores do I.S.N. da praia do Pontal em Quarteira, são bons.


Sai no próximo post.

6 Pinokadas:

João António disse...

Caro amigo, o relato feito no post è o "Chico espertismo português" levado ao extremo ! È tal a desfaçatez de certas autoridades que não tem explicação lógica !

Mariazinha disse...

Pois!
Tiveste sorte de não te chamarem maluquinho.Infelizmente o obvio não é o mesmo para todos.
Para a proxima vai para Porto Côvo
é mais tranquilo e para o mergulho não há melhor.

Beijokas

Johnnyzito disse...

É o paisinho de cáca em que vivemos.
E a malta a pagar para que os animais possam fazer o que lhes dá na real gana.
Um abraço

Anónimo disse...

Amigo Pinoka, eu também vou para essa praia de facto e infelizmente, a praia em questão, está entregue a "Nadadores-Salvadores" (serão???)de tal inconsciência, que em vez de estarem com atenção aos banhistas estão procupados em adquerir peixe para o almoço!!! Não sei qual o critério do I.S.N. para admissão de tais personagens, mas enfim... Para esses gajos o lema deve ser: "Que se lixe as crianças o meu almoço está primeiro". O mais grave é a conivência entre eles ao ponto de abandonarem o posto de vigia, para dar cobertura ao(s) colega(s) que estão debaixo d'água, de arma em punho à caça de peixinhos pequenininhos para lhes matar a fome. Que tristeza são esses badamécos, para o resto da classe! Desculpem-me os bons, mas estes de Quarteira não valem um Xávo!!! O responsável do I.S.N. daquela zona, que abra a pestana, e vá ver in loco o que se passa na praia do Pontal, tanta coisa proibida que ali se faz!!! Que tristeza... Quarteira merece melhor!

Anónimo disse...

como o caro senhor referiu, os nadadores das praias do Algarve não valem nada. São uns animais que simplesmente se encontram na praia a ouvir diariamente gabarolas que fingem perceber de pesca submarina somente quando lhes convém. Caro amigo as leis não foram infringidas, mas como o senhor não deve ter "pescado" nada fez-lhe confusão, e daí, a sua enorme vontade em difamar quem lhe protege. Se não gosta das praias do Algarve escusa de por lá aparecer, pois de certeza que alguém como o senhor deverá ter imensa influência, logo não terá problemas em escolher outro destino nacional ou internacional para as suas férias tomarem lugar.
É por pessoas como o senhor que o mundo simplesmente não evolui.
Quando não se sente bem num detrminado local, porquê de frequentá-lo dia após dia? A vida é complicada não é?
Agradecia que postasse este comentário para que se mostre coerente e coeso.


Sem mais assunto de momento.

Melhores cumprimentos.

O Pinoka disse...

Anónimo,

Antes de mais, boa noite.
Deixe-me dizer-lhe que depois de ler o seu comentário, levou-me a pensar que era você o tal nadador/pescador.

Em primeiro lugar, é importante que fique claro que não me referi aos nadadores do Algarve na sua generalidade, frisei muito bem e mais que uma vez a que praia especifica me referia.

Em segundo lugar, não faço ideia se ouvem gabarolas ou se são gabarolas, e nem me interessa, desde que cumpram a função para qual são pagos.

Em terceiro lugar, posso informa-lo(a) que não pesquei e não pesco, nem legal nem ilegalmente, divirto-me somente a apanhar conchinhas tal como as crianças. Mas o facto de não ser pescador, não me obriga necessariamente a ser ignorante, logo, como sou interessado informo-me sobre variadíssimos assuntos e este por acaso foi um deles. E já que afirma não terem sido infringidas as leis, aconselho a ler, ou reler, a lei que está disponível no post através do link .

Em quarto lugar, denunciar não significa o mesmo que difamar. Existe uma grande diferença.

Em quinto lugar, posso afiançar que adoro as praias do Algarve, mas só as praias. E enquanto puder pagar o usufruto destas, lá irei com certeza.
Fosse a oferta diferente e provavelmente lá estaria agora nestas mini férias.

O sentido deste meu post, talvez não tenha sido por si bem interpretado, mas clarifico que o objectivo principal com esta denúncia é fazer ouvir uma critica que se quer construtiva.
Quanto a editar o seu comentário, como pode comprovar, cá está. Aqui não existe censura. Quanto a postar o seu comentário, não terei qualquer problema em fazê-lo desde que se identifique minimamente.
Volte sempre e bom fim-de-semana.