sábado, 19 de junho de 2010

A utilidade das Comissões reflecte-se bem nas consequências das conclusões.

E pronto, chegámos ao fim de mais um caso “Sócrates”, e tal como nos outros, teve um final com o mesmo saber inicial.

Lembram-se do caso dos projectos na Câmara da Guarda, do caso Cova da Beira, do caso da Universidade Independente, do Freeport, das diversas pressões avulso à comunicação social, etc. etc. ?

José Sócrates, é a referência das maiores aldrabices que os portugueses enfrentam desde sempre num só político. Isto, mesmo sem fazer menção às verdadeiras burlas que praticou, quando “vendeu” por duas vezes programas eleitorais falsos.

Já não pode fugir. Mas também não se preocupe que ninguém o vai apanhar. Estamos todos anestesiados com a overdose de mentiras. Já não nos mexemos. Até para exprimirmos o nosso desagrado, já só abanamos a cabeça como os burros, faltam-nos palavras.

Todos os dias vamos sabendo de mais mentiras e mais casos que envolvem políticos e governantes que nos desgovernam.
Temos Comissões de Ética, Comissões de Inquérito, escutas destruídas porque comprometem, argumentos inventados que desresponsabilizam, contradições em declarações, lapsos de memória frequentes, raia miúda presa prestes a ser solta, raia graúda solta que jamais será presa, enfim…
Assistir a uma comissão daquelas na Assembleia da República é de vómito. Saber que o indivíduo que presta depoimento, mente com quantos dentes tem na boca, que esconde informação que todos sabem que esconde e que nunca será responsabilizado por tal, é talvez demasiado, pelo menos para um estômago como o meu.

A conclusão da última Comissão Parlamentar de Inquérito ao caso PT/TVI, era a esperada: Sócrates sabia de tudo e planeava claramente uma intervenção estratégica através do governo. Fica por provar aquilo que todos se propunham provar: as mentiras e os mentirosos. Resumindo, ficamos na mesma, como sempre.
Também na Comissão de Ética devido ao caso “Mário Crespo”, ficámos na mesma, de resto, como ficamos em tudo a que o estado e as suas figuras pomposas se propõem fazer.
Não se cansam estas figuras de evocar a grande importância e autoridade de uma Comissão Parlamentar de Inquérito na Assembleia da República, dizem ter o mesmo poder de investigação que as autoridades judiciais. Não duvido, também aqui não vejo os verdadeiros criminosos acusados e punidos.

Lembram-se dos BPN`s? Quase já não nos lembramos, não é? Assim como já não nos lembramos de outras comissões anteriores com a mesma importância conclusiva, e como nos deixaremos de lembrar em breve destas investigações referentes á tão falada asfixia democrática.
Restam-nos os casos arquivados, uns pela magistratura, outros, por corporações tão dúbias como a Entidade Reguladora para a Comunicação Social. Ah! e os condenados do costume: os indignados que tentam por a nu a verdade, neste caso, os jornalistas. Mas estes criminosos, eu louvo: os jornalistas que quebram o segredo de justiça, que publicam as escutas, que lutam contra o sistema.
Atenção que esto não é um crime qualquer. Para que não percam a noção, relembro que este será por ventura o pior crime cometido em Portugal. Pelo menos para os políticos, tendo em conta o mau estar provocado a esta classe honestíssima.

Não houvesse jornalistas assim e representaríamos todos, aquela figura emblemática que adjectiva os traídos pelos traidores: O Corno Manso.

Não fiquem escandalizados com o termo, também Henrique Granadeiro assim se exprimiu quando assim se sentiu.

Não fosse o profissionalismo e empenho de alguns jornalistas, e não só éramos enganados como ficaríamos ainda com o sentimento de gratidão.

Num país de políticos inúteis e pulhas, valha-nos ao menos este crime!
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sábado, 5 de junho de 2010

Está a fazer uma semana.

Faz hoje uma semana que, como era habitual, ao levantar-me de manhã passava pela cozinha e ao abrir a porta a Ticky vinha a correr em direcção aos meus pés. No sábado passado não veio. Entrei e espreitei para ver a gaiola e lá estava ela deitada á porta no lado de fora como de costume, mas nem chamando reagiu, baixei-me e ao tocar-lhe deparei-me com ela a respirar mal e praticamente inanimada sem sensibilidade nenhuma. Peguei-a ao colo e dei o alerta em casa que a Ticky não estava bem. Gerou-se o pânico, cada uma das mulheres cá de casa, da pequena á maior, chorava mais que a outra perante o estado da Ticky, eu tentava ligar desesperadamente e insistentemente para o veterinário dela, mas tal como nos filmes, não atendeu a merda do telemóvel quando mais precisávamos dele.

Lembrei-me de uns amigos que também têm um coelhinho para nos ajudarem com o veterinário onde costumam levar o animal deles, de imediato se disponibilizaram para nos acompanhar e combinámos encontrarmo-nos a meio do caminho visto nós não conhecermos a morada.Não havia dois minutos que tínhamos conversado por telemóvel e enquanto saiamos praticamente da cama para rua aflitos, recebia uma chamada telefonica destes nossos amigos a confirmar que não só estavam já a caminho como já tinham contactado o veterinário deles conhecido e que este já nos aguardava.


Depois de alguns quilómetros que demoraram uma eternidade a concluir, lá estávamos a entrar de urgência no médico.
Simpático e pronto a ajudar foi assim que nos recebeu, mas rapidamente ficou com ar perplexo sem saber o que fazer mediante os sintomas apresentados pela Ticky. Deu-lhe uma dose de cortisona mas precisava de realizar exames que não tinha possibilidade de fazer ali e recomendou-nos com uma carta e um telefonema no mesmo instante a uns colegas especialistas não muito longe daquele local.

A entrada nos carros foi rápida e a chegada á clínica recomendada também.
Depois de entrar e de lá tentarem estabilizar a temperatura da Ticky que estava muito baixinha e de lhe darem mais uma dose de cortisona, disseram-nos que teríamos de aguardar uma hora para ver como reagia. Aproveitámos e fomos então comer alguma coisa para fazer tempo.
Ainda assim, depois de lá voltarmos disseram-nos que estava a estabilizar e que só durante a tarde talvez fosse possível fazer-lhe exames, dependendo das melhoras, de qualquer forma fomos vê-la e já estava deitada numa posição mais normal com as orelhinhas afitadas, renascia a esperança.

Telefonámos algumas horas depois mas disseram que ainda não estava capaz de realizar os exames, para tentar mais tarde.
Não chegámos a telefonar novamente, antes, telefonaram eles da clínica pouco tempo depois. Acabávamos de perder a Ticky para sempre com uma paragem cardio-respiratória.

As explicações para o sucedido foram muitíssimo vagas, não houve traumatismos de possíveis quedas como suspeitavam ao inicio, não foi ingestão de nenhum alimento ou substancia venenosa, disseram que uma das causas poderá ter sido problemas de ordem muscular, algo que levanta suspeitas até na vacinação regular enquanto bebé.
Também não interessa pensar nisso agora.
Sei que a Ticky era extremamente brincalhona transpirava saúde até á noite anterior, corria e saltava que se fartava para quem tinha problemas musculares e tinha só seis meses.

Confesso que apesar do curto tempo de vida que teve entre nós cá em casa, foi o único animal até hoje pelo qual não contive as lágrimas. Paguei uma factura á clínica daquelas que só eles sabem passar, mas não me importava de pagar o dobro ou mais para a ter de volta. Adorava a Ticky.

Lembro-me das corridas que dava atrás de nós quando passávamos por ela, das corridas que dava em círculos no tapete verde da sala, ao qual atribuímos a alcunha de “parque relvado” dela, das corridas que dava á minha frente em direcção á gaiola quando a enxotava dos vasos da sala, dos saltos que dava para o sofá para nos cheirar até ao pescoço, de saltar para o colo da minha filhota enquanto esta lhe punha o comer á noite no comedouro, de tantas e tantas coisas em tão pouco tempo.
Ficaram as fotos, as lembranças e uns cortinados dentados juntamente com o carregador do “Magalhães”, diabruras que tanto me transtornaram e agora tanto valorizo.



No fundo, este post tem basicamente dois motivos para aqui estar:



1 – Agradecer uma vez mais aos meus amigalhaços do peito (eles sabem a quem me refiro) pela disponibilidade que tiveram sempre em nos ajudar em aflição e por nos tentarem menorizar a dor da perda com a oferta fantástica, ainda no mesmo dia de toda a tristeza, do Tico, um coelhinho branco bebé que necessita de toda a nossa atenção, nos mantém assim a rotina e do qual gostamos muito.



2- Desabafar:



Sentimos muito a tua falta Ticky.



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