sábado, 5 de junho de 2010

Está a fazer uma semana.

Faz hoje uma semana que, como era habitual, ao levantar-me de manhã passava pela cozinha e ao abrir a porta a Ticky vinha a correr em direcção aos meus pés. No sábado passado não veio. Entrei e espreitei para ver a gaiola e lá estava ela deitada á porta no lado de fora como de costume, mas nem chamando reagiu, baixei-me e ao tocar-lhe deparei-me com ela a respirar mal e praticamente inanimada sem sensibilidade nenhuma. Peguei-a ao colo e dei o alerta em casa que a Ticky não estava bem. Gerou-se o pânico, cada uma das mulheres cá de casa, da pequena á maior, chorava mais que a outra perante o estado da Ticky, eu tentava ligar desesperadamente e insistentemente para o veterinário dela, mas tal como nos filmes, não atendeu a merda do telemóvel quando mais precisávamos dele.

Lembrei-me de uns amigos que também têm um coelhinho para nos ajudarem com o veterinário onde costumam levar o animal deles, de imediato se disponibilizaram para nos acompanhar e combinámos encontrarmo-nos a meio do caminho visto nós não conhecermos a morada.Não havia dois minutos que tínhamos conversado por telemóvel e enquanto saiamos praticamente da cama para rua aflitos, recebia uma chamada telefonica destes nossos amigos a confirmar que não só estavam já a caminho como já tinham contactado o veterinário deles conhecido e que este já nos aguardava.


Depois de alguns quilómetros que demoraram uma eternidade a concluir, lá estávamos a entrar de urgência no médico.
Simpático e pronto a ajudar foi assim que nos recebeu, mas rapidamente ficou com ar perplexo sem saber o que fazer mediante os sintomas apresentados pela Ticky. Deu-lhe uma dose de cortisona mas precisava de realizar exames que não tinha possibilidade de fazer ali e recomendou-nos com uma carta e um telefonema no mesmo instante a uns colegas especialistas não muito longe daquele local.

A entrada nos carros foi rápida e a chegada á clínica recomendada também.
Depois de entrar e de lá tentarem estabilizar a temperatura da Ticky que estava muito baixinha e de lhe darem mais uma dose de cortisona, disseram-nos que teríamos de aguardar uma hora para ver como reagia. Aproveitámos e fomos então comer alguma coisa para fazer tempo.
Ainda assim, depois de lá voltarmos disseram-nos que estava a estabilizar e que só durante a tarde talvez fosse possível fazer-lhe exames, dependendo das melhoras, de qualquer forma fomos vê-la e já estava deitada numa posição mais normal com as orelhinhas afitadas, renascia a esperança.

Telefonámos algumas horas depois mas disseram que ainda não estava capaz de realizar os exames, para tentar mais tarde.
Não chegámos a telefonar novamente, antes, telefonaram eles da clínica pouco tempo depois. Acabávamos de perder a Ticky para sempre com uma paragem cardio-respiratória.

As explicações para o sucedido foram muitíssimo vagas, não houve traumatismos de possíveis quedas como suspeitavam ao inicio, não foi ingestão de nenhum alimento ou substancia venenosa, disseram que uma das causas poderá ter sido problemas de ordem muscular, algo que levanta suspeitas até na vacinação regular enquanto bebé.
Também não interessa pensar nisso agora.
Sei que a Ticky era extremamente brincalhona transpirava saúde até á noite anterior, corria e saltava que se fartava para quem tinha problemas musculares e tinha só seis meses.

Confesso que apesar do curto tempo de vida que teve entre nós cá em casa, foi o único animal até hoje pelo qual não contive as lágrimas. Paguei uma factura á clínica daquelas que só eles sabem passar, mas não me importava de pagar o dobro ou mais para a ter de volta. Adorava a Ticky.

Lembro-me das corridas que dava atrás de nós quando passávamos por ela, das corridas que dava em círculos no tapete verde da sala, ao qual atribuímos a alcunha de “parque relvado” dela, das corridas que dava á minha frente em direcção á gaiola quando a enxotava dos vasos da sala, dos saltos que dava para o sofá para nos cheirar até ao pescoço, de saltar para o colo da minha filhota enquanto esta lhe punha o comer á noite no comedouro, de tantas e tantas coisas em tão pouco tempo.
Ficaram as fotos, as lembranças e uns cortinados dentados juntamente com o carregador do “Magalhães”, diabruras que tanto me transtornaram e agora tanto valorizo.



No fundo, este post tem basicamente dois motivos para aqui estar:



1 – Agradecer uma vez mais aos meus amigalhaços do peito (eles sabem a quem me refiro) pela disponibilidade que tiveram sempre em nos ajudar em aflição e por nos tentarem menorizar a dor da perda com a oferta fantástica, ainda no mesmo dia de toda a tristeza, do Tico, um coelhinho branco bebé que necessita de toda a nossa atenção, nos mantém assim a rotina e do qual gostamos muito.



2- Desabafar:



Sentimos muito a tua falta Ticky.



...

3 Pinokadas:

Carlos II disse...

Lamento.
Já senti a mesma amargura quando perdi um cão que o vi crescer.

Um abraço

Camila Martins Marques disse...

Fiquei muito triste pelo seu bichinho, eles são como se fossem mesmo da nossa familia, é muito triste quando se vão... fazem muita falta! Era muito fofa a Ticky!

Lunna Maluna disse...

Me encheu de lágrimas. Pensei no meu companheiro dude, e no dia que inevitávelmente ele me deixrá, ou eu o deixarei. E esse pensar já me aperta o peito. Sinto muito pela Ticky. Que haja um céu muito lindo, e puro onde todos os coelhinhos possam brincar e correr.