sábado, 21 de novembro de 2009

A questão do tom na escolha da palavra, fugindo ao racismo.


Hoje (20.11.09) em Cascais no Centro Cultural aconteceu um Concerto de solidariedade e angariação de fundos para a Associação SOS Racismo.


Útil e necessário, assim como a associação, de qualquer forma existem questões que aqui teimam em dar pouca importância e que pelos menos a mim com frequência me dão um nó no cérebro.



Como tratar e ser tratado por alguém de uma raça diferente da minha?



Se chamo “preto” – sou racista pela forma agressiva e directa como identifico alguém.
Se chamo “negro” – sou racista pela forma comprometida como me refiro a um "preto".
Se chamo “castanho” – sou racista pela forma sarcástica como me refiro a um "preto" que tenho que chamar "negro".
Se me chamam “branco” – tenho que ficar intimidado, porque quase de certeza que sou racista.
Se me chamam “claro” – como não faz sentido, se demonstro estranheza é porque quero ser chamado "branco" logo, sou racista, se acho piada é porque estou no gozo e então sou racista.
Se me chamam “creme” – tenho que ficar contente porque finalmente acertaram na minha cor, mas não posso demonstrar porque creme é mais claro que "castanho" e isso pode indiciar que sou racista.

Alguém me ajuda?

6 Pinokadas:

continuando assim... disse...

pois nem sei que te diga... logo agora que entreio numa confusão cromática !!
mas racismo é mau , e não é só nas cores de todos nós é em tudo

e depois nenhum de nós tem a mesma cor :)

bj
teresa

Carlos II disse...

Essas Associações são muitas engraçadas. Existem. E ao existirem estão a dar maior realce à problemática da coisa.

Abraço

atascadotijoao disse...

Talvez chamando pelo nome, mas cuidado eles tem nomes que só eles podem chamar entre eles e voltas a correr o risco de te voltarem a chamar racista porque és branco(ou creme) !
Abraço

Mariazinha disse...

O pior racismo de todos é quando és discriminado pela tua nacionalidade.Eu já senti isso pelo facto de ser portuguesa.

Beijokas e boa semana

Anónimo disse...

Ui... Nunca tinha pensado nisso! Que grande (des)colorido! Acho que aqui neste caso aplica-se o tal frente e verso ou seja cara e coroa mais própriamente visões diurnas e nocturnas. Mas visto isto com clareza parece-me uma grande escuridão... Amigo Pinoka, não sei se te ajudei? Gr abraço

Ana Maia disse...

Sinceramente, nunca me ocorre chamar alguém, falar de alguém, mencionando cor. Não penso assim.

Mas percebo perfeitamente o que dizes.

No entanto, devido a razões históricas e, infelizmente, bem reais ainda, há palavras que ferem.

Se calhar quem nunca sofreu racismo ou xenofobismo ou mesmo machismo....nunca perceberá exactamente.


O ser humano deveria, no fim de contas, ser reinventado :)