O difícil é perceber como é que ainda não te apanharam.
Na minha sincera opinião, acho que Roberto Saviano sabe que não vai conseguir fugir para sempre.
Depois de ler a obra Saviano a pergunta que me faço é, onde termina a coragem e começa a loucura de um homem.
No livro que escreveu “Gomorra”, revela um conhecimento monstruoso dos meandros da máfia, descreve dezenas e dezenas de nomes e alcunhas, de locais e circuitos, relata as estruturas, as causas, os objectivos da rede e situações, com uma pormenorização extremosa.
Através deste testemunho, chega-se facilmente á conclusão que a máfia em Itália não vai acabar nunca, e as autoridades policiais em Itália sabem-no, mesmo que façam um grande aparato de vitória nas detenções esporádicas de elementos importantes da organização. Eles sabem que é impossível acabar com ela. Em Itália, paralelamente á economia do país, existe a da máfia, e elas fomentam-se uma á outra. È grave mas é verdade.
O excerto que transcrevo em baixo faz parte do livro.
“Menos de vinte e quatro horas depois da detenção do boss, foi encontrado na rotunda de Arzano um rapaz polaco que tremia como uma folha enquanto procurava com dificuldade deitar no caixote do lixo um enorme embrulho. O polaco estava lambuzado de sangue e o medo tornava difícil qualquer gesto seu. O embrulho era um corpo. Se alguém engolisse uma mina e a fizessem explodir no estômago teria feito menos estragos. O corpo era de Edoardo La Mónica, mas já não se distinguiam as linhas, a face só tinha os lábios, o resto estava todo desfeito. O corpo repleto de buracos estava coberto de sangue por todo lado. Tinham-no amarrado e depois, com um cacete com pregos, seviciado lentamente, durante horas. Cada pancada no corpo era um furo, pancadas que não quebravam apenas os ossos mas furavam a carne, pregos que entravam e saíam. Tinham-lhe cortado as orelhas, arrancado a língua, partido os pulsos, arrancado os olhos com uma chave de parafusos, ainda vivo, desperto, consciente. Depois, para matá-lo, tinham-lhe desfeito a cara com um martelo e com uma faca gravaram uma cruz nos lábios. O corpo deveria acabar num caixote do lixo para ser encontrado putrefacto, entre a imundície, numa lixeira. A mensagem escrita na carne foi decifrada por todos com clareza, embora não houvesse outras provas além daquela tortura. Cortadas as orelhas com as quais ouviu onde estava escondido o boss, desfeitos os pulsos com os quais moveu as mãos para receber o dinheiro, arrancados os olhos com que viu, cortada a língua com que falou. O rosto desfeito que perdeu perante o Sistema ao fazer o que fez. Selados os lábios com a cruz: fechados para sempre pela confiança que traiu.”
Terá Roberto Saviano achado que a Camorra lhe atribuiria a ele outro adjectivo que não… bufo?
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7 Pinokadas:
a mafia não perdoa ... todas elas !!
acho que não vai conseguir fugir para sempre....
bj
teresa
Sem palavras para comentar . . .
Bom fim de semana Pinoka
É simplesmente espantoso o que a pessoa é capaz de arriscar ao denunciar essa criminalidade organizada. Em favor da Justiça e da Liberdade, mas em desabono dela própria e até dos seus familiares. Admiro a coragem, mas penso que é um verdadeiro suicídio!
Quanto à Máfia, pois, temo que tenho vindo para ficar... :S
Beijocas!
PARABÉNS!!!
Tem um dia muito feliz junto dos teus! Hoje e sempre... :)
Beijocas!
wow, u have a wonderful blog with interesting posts and a cool themplate. Congrats & MARRY CHRISTMAS! ..smiles
% for Roberto Saviano too :)
Um Santo e Feliz Natal.
Abraço
Querido Pinoka
Espero que passes um feliz Natal, na companhia dos teus.
Beijos e aquele abraço.
Nádia
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