Num destes dias enquanto dava a minha voltinha pelo mundo da blogosfera, eis que entro no blogue Arrastão.
O tema do post na altura era a Câmara de Lisboa e o chumbo na Assembleia Municipal da proposta para uma rede de bicicletas partilhadas na cidade. Um tema muito comentado também noutros blogues.
Após ler o texto escrito por Daniel Oliveira, em que foi inserido trechos de uma informação via comunicação social, despertou-me a atenção pela forma como foram mencionados os dois partidos em causa na notícia.
Tratava-se do chumbo de uma proposta pelo PSD com a descrição dos motivos que levaram a tal decisão e entre parênteses ao lado da sigla PSD aparece “e o PCP”, como se o PCP tivesse os mesmos motivos para o chumbo da referida proposta.
Entretanto na caixa de comentários fiz o reparo ao Daniel Oliveira, e disse que devia mencionar a razões do PCP tal como havia feito com o outro partido. Após insistência minha revelou que de facto não sabia qual o motivo para o voto contra do Partido Comunista, que apenas o tinha referido porque assim estava na notícia que tinha lido. Aproveitou e pediu que fosse eu a informar em vez de criticar, insinuou que provavelmente não o fazia porque me dava muito trabalho, ao que respondi que não tinha informação privilegiada por isso não o tinha feito, e que insisti no assunto porque lendo o post dava ideia que um partido estaria implicitamente conectado com outro naquela decisão.
As observações que fiz e a resposta que obtive no Arrastão relativo ao post em causa, estão nos comentários: 30;54;55;58 e 64.
Para quem possa colher daqui algum benefício a nível de informação, aqui fica a resposta com os motivos do voto contra que a comunicação social na sua generalidade não informou.
Exmo Senhor,
Conforme solicitado enviamos esclarecimento sobre o voto contra do PCP na proposta nº 971/2008.
No passado dia 24 de Setembro foi votada a proposta nº 830/2008 (Aprovar autorizar a escolha do Procedimento por Diálogo Concorrencial, tendente a criação e implementação de uma Rede de Bicicletas de Uso Partilhado, bem como aprovar o Programa de Concurso e Memória Descritiva) tendo sido foi aprovada com os votos favoráveis do PCP.
Em sequência da votação desta proposta os vereadores do PCP fizeram a seguinte proposta (830-A/2008): “Garanta, em paralelo com aquela proposta, a clarificação do conceito de “vias cicláveis” e respectivas características, exigências e regulamentação e, consequentemente, a preparação das infra-estruturas necessárias que permitam a circulação, nos diferentes modos de utilização, em condições de segurança.” A proposta foi aprovada pelo Executivo Camarário. Esta posição indica claramente que o PCP é favorável à implementação de vias alternativas ao trânsito automóvel.
A proposta esteve inicialmente agendada para discussão em Assembleia, mas infelizmente foi substituída pela presente, a Proposta 971/2008 (Criação e implementação de uma rede de bicicletas de uso partilhado em Lisboa), que levantou uma série de questões. A proposta foi analisada na Comissão Permanente de Urbanismo e Mobilidade, e foi parecer da Comissão recomendar à Assembleia Municipal que a proposta fosse rejeitada.
O voto contra do PCP tem a ver sobretudo com o acordo plasmado, de contornos pouco esclarecedores, que envolve um encargo de 50 milhões de euros do dinheiro público com uma repartição de encargos por 10 anos, que não tem qualquer espécie de fundamentação, bem como, com as questões de circulação e segurança dos utilizadores que não podem ser negligenciadas.
Mais uma vez esclarecemos que este facto evidencia que o PCP valoriza a utilização de meios de transporte alternativos, ecologicamente sustentáveis, mas que está contra a forma como o processo tem vindo a ser conduzido.
Atenciosamente,
Pelo Gabinete Municipal do PCP
Isaura Lobo
5 Pinokadas:
Bom, parece-me que aí a notícia jornalística é que está incompleta (não vale a pena dizer tendenciosa, pois não?)
Tendo o bloguista mencionado a fonte de informação que não refere os motivos do PCP, não me parece que devesse esperar para publicar até eventualmente obter uma resposta do partido (que podia ou não receber, nunca é garantido!)
De qualquer forma fiquei contente por saber que não são só meras tricas partidárias que os levam a rejeitar essas inovações.
Por mim, tinha outra, mais óbvia: antes de mostrarem ou tentarem exibir obras espaventosas (eleições pró ano, né?), façam favor é de cumprir o seu papel de manutenção da cidade, nomeadamente pondo lâmpadas nos candeeiros apagados, tapando os buracos nas estradas, varrendo as folhas que se acumulam nos pavimentos, cuidando dos jardins, etc. e tal!
Saudações alfacinhas!
Teté
O curioso é saber que o Bloco de Esquerda também votou contra, partido do qual o Daniel Oliveira é militante mas que não é referido em qualquer post.
Bjs
Levanto-me e dou-te uma enorme e sincera salva de palmas.
Se 98% dos pseudo-jornalistas que por cá temos se dessem ao trabalho de ter o mesmo simples gesto (em relação a todo o tipo de informação), andávamos todos bem menos burrinhos e desinteressados...
Fácil, fácil...
Mas ninguém o faz.
Abraço
Resposta ao comment no meu post : Que medoo, o Castelo Branco devia gostar desta festa, mas ai dele que se lembrasse de cantar alguma coisa, era logo expulso!! xD lol
bjs*
A comunicação social peca em muita coisa, em coisas graves mesmo.
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