quinta-feira, 5 de junho de 2008

Mais um batráquio para alguns. Servido com pompa.


Para quem visita frequentemente os meus blogs, não será novidade e terá notado certamente que sou um grande admirador do trabalho e personalidade do Herman José.
Fui daqueles resistentes que muitas noites ficaram à espera da “Hora H”, para grande parte dos portugueses, o pior programa de sempre do Herman.
Convém lembrar que o primeiro a matar o sucesso da produção logo à nascença, foi o então inútil de serviço, Francisco Penim. Mais um com o ego suficientemente desproporcionado ao ponto de se achar com grandeza suficiente para ofuscar o brilho do “Mestre” colocando o programa a horas impróprias e aí sim, incapazes de captar audiência e cativar telespectadores. As conclusões a seguir como seria de esperar, vieram por arrasto e mesmo para quem não viu a série além do primeiro ou segundo episódio devido ao horário tardio, não teve pejo em se juntar ao coro de criticas pejorativas e cruéis ao trabalho e ao profissional em causa.
De resto e como é típico no publicozinho português que até para rir é preguiçoso, a preferência vai para o género “Batanetes” e “Malucos do riso” onde a piada já não há, mas pelo menos não é inteligente e assim não se torna difícil esboçar o sorrisinho de quem sabe o fim da anedota há anos.
Felizmente o bom gosto a genialidade e a criatividade do “verdadeiro artista” não seca, e este mantém-se no topo mesmo com concorrência que não concorre porque o estilo é outro.
Ainda há pouco tempo com o seu excelente desempenho no novo programa da SIC “Chamar a Musica”, deu uma bofetada de luva branca a quem o tentou dizimar propagando a sua desactualização e o seu lugar já certo no passado. Agora, terão ainda de dar a outra face tendo em conta a nomeação da contestada “Hora H” para melhor série de comédia no Festival de Monte Carlo.
Este sapo servirá ainda para algumas goelas a quem foi dado amparo na hora em que não tiveram graça nenhuma mas não se inibiram em morder a mão que lhes deu de comer.

O Herman merece, tal como todos os profissionais com uma carreira brilhante, que seja reconhecido no país que é o dele e para quem tem trabalhado sempre, onde inclusivamente foi censurado já depois do 25 de Abril em plena democracia, mas que ainda assim nunca abandonou, e exemplos não nos falta de quem o tenha feito, lembremos-nos de José Saramago, Maria João Pires ou Paula Rego, que não põem cá os pés e dos quais todos se orgulham agora.


Será injusto este presente estrangeiro ao rei do humor nacional, ainda que seja apenas uma nomeação?

Fica aqui a questão para algum pseudo-intelectual crítico de televisão ou revistas cor-de-rosa, que por aqui passe perdido. Desses que cá temos a potes mas ninguém sabe bem para que servem.


A homenagem de José Hermano Saraiva a Herman José no dia em que este foi ao DIAP devido à “Casa Pia”.

17 Pinokadas:

Menina disse...

Admiro muito o trabalho do Senhor Herman José...com o seu tipo de humor único e caracteristico =)

Bjs*

Patti disse...

Não sou tão fã do Herman como tu, mas concordo que merece uma homenagem, pelo seu grande contributo à comédia neste país.
Atrás dele vieram muitos, só porque ele existiu.

Blueminerva disse...

O Herman é um nome incontornável na cultura portuguesa. Muito me ri com o Hermanias e Herman Enciclopedia etc... No Youtube, há verdadeiras preciosidades do senhor... são horas de riso.
Um abraço

Cat C disse...

Não era grande fã da "Hora H" acho que o Herman nessa altura estava com o seu humor um pouco mais "peculiar" do que noutras alturas! Mas tenho de dizer que é um grande apresentador e entertainer e que tinha imensas saudades de o ver no programa com este formato, eu, que ainda sou do tempo da Roda da Sorte com a sua assistente a Ruth Rita ahahah!
Beijinhoooo

Rocket disse...

não vi e tenho pena...não há na net?
quero afirmar o seguinte: dois juízos. um de valores outro de gosto.
é o primeiro que utilizo para deixar claro que o herman é um dos poucos exemplos de excelência que nos devemos orgulhar. não é o "gosto" ou "não gosto" é a qualidade em si...

além do mais existem outros vectores da sua vida privada, que embora não se coadunem com os meus, se tornaram num exemplo a seguir para muita gente deste país que não sabe que comportamento social a adoptar segundo os mesmos.

abraço

samuel disse...

Pena o Herman exibir tantos "tiques" que tornam cada vez mais difícil a concentração no essencial, que é o facto de ele ser um grande, grande humorista, sempre que não está atacado por esses tiques, como por exemplo, a mania execrável de mostrar relógios, gravatas, camisas, iates, champagnes, roteiros de férias... sempre, sempre, sempre com o "etiqueta do preço" bem à vista, p'ra esfregar na cara dos pacóvios.
De qualquer modo, como o post é sobre a arte do Herman... inteiramente apoiado!

Sorrisos em Alta disse...

Não sei porque raio, parece que o blogger engoliu o meu comentário...

De qualquer das formas, tem a ver. Estou contigo e disse qualquer coisa como andarem aí muitos a engolir sapos, pelo mal que disseram do Herman.

Não vi nem um episódio do Hora H nem o novo. Mas respeito-lhe a carreira

Abraço

Orlando Gonçalves disse...

Como profissional gosto muito do trabalho dele, pena que não o aproveitem para fazer aquilo que mais sabe fazer: o humor.

Susana Anastácio disse...

Acho que o pessoal da minha geração não liga muito ao Herman, talvez porque agora somos minados de comediantes.
Eu sinceramente não gosto do Herman, mas reconheço a importância que ele tem para inúmeras pessoas, e isso há-de significar alguma qualidade.

Beijoca*

Anónimo disse...

Há muito que não vejo televisão, pelo menos este tipo de programa. O tempo é tão pouco que se me sento é para ver algum filme ou o canal mezzo.
Mas apreciei o teu post por ser coerente.
Bom feriado!

O Pinoka disse...

Ora aqui estão posições sensatas. Mesmo para quem não gosta ou não aprecia, respeita. E eu acho que é o mínimo que lhe devemos.
Obrigado a todos pelos comentários.

Beijos e abraços
Um bom feriado

Patti disse...

Tens presente no Ares.

Joao Bispo disse...

Achei que o Hora H tinha, de facto, pouca graça.

Fui grande fã de trabalhos anteriores do Herman, mas a partir da segunda metade do Herman Sic, o Herman parecia ter ficado cada vez mais desligado da realidade.

Senti-me frequentemente com a sensação que as piadas tiham mais graça para ele e para os colegas de trabalho, do que propriamente para o público. E no Hora H, sentia a mesma coisa.

E a alternativa que o público escolheu ao Herman não foi os Malucos do Riso, foi o Gato Fedorento...

O Pinoka disse...

Patti

É que vou já lá sem demora.
Bjs



João bispo

Bem-vindo.
Há muita gente com a tua opinião e respeito-a é tão válida como a minha.
O que não acho lógico, é que para muitas pessoas e apenas por um programa com menos aceitação se passe de bestial a besta.

Quanto aos Malucos do Riso, as audiências dão bem a ideia da apreciação portuguesa.
Os Gato Fedorento, de que gosto muito, são a tal concorrência que falo no post.

Obrigado pelo comentário.
Abraço

alfabeta disse...

Já gostei dele em tempos, mas desde que começou a fazer humor com a desgraça dos outros, deixou de ter piada para mim, o assistente dele, o Cândido Mota dava blusões aos putos em troca de sexo, isto dito por um deles que moravam na minha rua e que infelizmente parava no parque Eduardo VII à vários anos e o Herman não se fica atrás.

O Pinoka disse...

alfabeta

Humor com a desgraça dos outros todos fazem, começando no Herman passando pelos Gatos e acabando nos novos Contemporâneos.
Quanto a essas historias de sexo, tem muito que se lhe diga, de mentira e de verdade. Pode ser até um bom tema para um post.
Bjs

Miguel disse...

Fui um fã deste programa, fiz questão de gravar quase todos os episódios em VHS e hoje, passados 2 anos, acho mais graça ao programa do que na altura. Talvez por ter crescido e ter passado a entender algumas coisas (dos 13 para os 15 anos), mas sobretudo porque, como o Herman se fartou de dizer na altura em entrevistas, "só daqui a uns anos é que vão dar valor ao Hora H". Dos outros programas (à excepção do Herman SIC) tenho uma vaga ideia de ver o Herman Enciclopédia, e ando a ver vídeos no YouTube... e aí percebo a importância do rei do humor português.