domingo, 20 de abril de 2008

Cuba. A ilha da salvação.


Poderá parecer exagero à partida, mas não é, pelo menos para muitos desafortunados.

Cuba continua a ser a luz ao fundo do túnel, o ultimo recurso para inúmeras pessoas doentes. Pois é.
Quando se fala desta ilha das Caraíbas vem de imediato à lembrança o ditador Fidel.
Agora mais na sombra, Fidel vai tolerando, quiçá até incentivando o irmão Raul a abrir uma brecha da porta para a liberdade. Já se pode ter telemóvel, micro-ondas, e outras pequenas mordomias que até há bem pouco tempo estavam vedadas ao comum cidadão.
Colocando-nos na pele de alguns cubanos no seu próprio país, será por ventura desesperante, nenhuma ditadura é boa seja ela de esquerda ou de direita. Mas se é que vale de alguma coisa (e eu acho que vale), os cubanos podem gabar-se de ter algo que quem vive em democracia não tem, mesmo com dinheiro. Recursos humanos, organização e sabedoria para tratar diversas doenças, neurológicas e não só.
Os cubanos dão-se ao “luxo” de tratar americanos. Irónico, não?
Perguntamo-nos, como será possível um país como os Estados Unidos, uma super potência, não ter o que um país tão fragilizado e pequeno como Cuba ali ao lado têm? O Fidel tem a receita, e não parece ser difícil de perceber, apenas impossível de aplicar num país, seja ele qual for, com aspirações capitalistas.

Se para uns a porta está quase a abrir, para outros poderá fechar-se em breve.

12 Pinokadas:

Blueminerva disse...

Amigo Pinoka,
O que fez de Fidel Castro um ditador diferente dos outros?
Acima de tudo a história do homem que combateu ao lado de Che Guevara para libertar Cuba da ditadura em que vivia e que tornava a ilha num enorme bordel para americanos. O grupo de guerrilheiros que derrotaram o gigante americano, o sonho juvenil de qualquer militante de esquerda, tornado realidade.
Castro deu ao povo cubano algo que nenhuma ditadura gosta de dar; educação e saúde (todos sabemos como a educação é contrária à manutenção de ditaduras). E devolveu-lhes algum orgulho por serem cubanos. Cuba transformou-se num país de atletas, escritores, músicos e com médicos suficientes para prestarem serviço gratuito um pouco por todo o mundo.
Castro simboliza para a esquerda também o homem que enfrentou o "imperialismo americano", esse monstro que engole tudo e que Fidel tão bem soube vencer.
Mas será que tudo isto justifica o apoio à irmandade Castro? Penso que não. Por muito que custe e em nome da coerência temos de criticar o regime cubano como criticamos as ditaduras de direita, mesmo apesar das "atenuantes" que julgo serem significativas.
E quando em breve Fidel Castro morrer? Ficará Cuba melhor? Aí já tenho muitas dúvidas... mas os cubanos poderão decidir, algo que agora não podem. Nem que seja a liberdade para cometer erros, para falhar o caminho e procurarem o seu rumo como país (tal como Portugal ainda anda à procura desde o 25 de Abril).
Um abraço

Jorge P. Guedes disse...

Ora aí está!
Com a abertura, sairão alguns dos cérebros e dos conhecimentos técnicos dos cubanos. Será inevitável.
A grande fonte actual da exportação cubana começará aos poucos a secar, enquanto outros terão regados os seus campos científicos, a peso do dólar.
Incontornável esta ambição humana pelos bens materiais?

Para já, a corrida aos stands de automóveis, em Cuba, foi gigantesca! O que até, convenhamos, é perfeitamente compreensível atendendo aos anos a que este povo não tem acesso a este e outros bens.

Abraço.
Jorge P.G.

O Pinoka disse...

Blueminerva

Concordo com o que dizes.
Apenas um reparo, na minha perspectiva foi Guevara quem lutou ao lado de Fidel e não o contrário. Fidel criou o mito “Che” como criou o de Camilo Cienfuegos, com um objectivo bem delineado.
Quanto a Cuba ficar melhor depois da morte de Fidel, também eu tenho duvidas.
Temo que se passe do 8 para o 80 e que o povo que agora sofre com a ditadura comece a sofrer com uma democracia que lhes retire a identidade e que pretenda apenas alargar Miami.

Ps: Portugal não só procura o rumo desde o 25 de Abril, como envia cidadãos para tratar doenças do foro neurológico e oftalmológico para Cuba.
Bjs



Jorge p.g sineiro

A dificuldade acrescida é que esses cérebros nunca mais trabalharão em conjunto e as equações das doenças ficarão muito mais difíceis de resolver, embora apenas metade de solução chegue a valer em dólares muito mais.
Abraço

Auréola Branca disse...

Gostei de aprender...

comecardenovo disse...

A vida é cheia de ironias...
Quanto à tua pergunta lá no comecardenovo: sim a máquina do pão é pequena, podes procurá-la em qualquer loja de electrodomésticos. A Wortten tem umas a 49 euros.
boa semana

Letícia Losekann Coelho disse...

Pinoka,
não gosto do Che e nem do Fidel! Tenho minhas dúvidas quanto a conduta do povo, estão acostumados por demais com a ditadura toda, e quando acabar o que vai ser?
beijos meus

O Pinoka disse...

Auréola branca

Gostei da visita
Bjs



Começardenovo

Vou-me informar lá logo que possa.
Bjs




Tita coelho

Quando acabar a ditadura vai ser como nos países ditos democráticos. Proporciona-se o desenvolvimento, provavelmente o investimento norte-americano, as privatizações, acesso a mais bens, e mais dinheiro em alguns bolsos. Deixam de ter direito gratuito a bens essenciais se os quiserem vão ter de pagar, quem não tiver dinheiro vai mendigar mais que agora.
De qualquer forma, que fique claro, sou contra qualquer ditadura. Amordaçar alguém é dos piores crimes que se pode cometer.
Bjs

Sorrisos em Alta disse...

E se os americanos pudessem (ou quisessem) também "tratavam" de Cuba!

Um abraço

O Pinoka disse...

Sorrisos em alta

Os americanos não são parvos de todo. Não “tratam” já de Cuba porque sabem que se descuidam tem uma invasão desenfreada em Miami, nunca mais dão conta dos cubanos e depois de lá porem o pé…olha…
Abraço

Sorrisos em Alta disse...

E achas que há jangadas para todos?
;o)

Diabólica disse...

Aí é que bate o ponto, se me permites a metáfora.

A verdade é que apesar de estarmos perante uma ditadura, o que não é nada positivo, conseguem-se coisas importantes que nos países ditos democráticos, como o nosso, estão longe de ser alcançados.

É disso exemplo o Sistema de Saúde Cubano que serve ainda para nos ajudar a nós Portugueses, aos Americanos, e a outros que se acham os supra- sumos da perfeição.

Acho, que antes de sermos tão arrogantes deviamos colocar os olhos no Fidel e aprendermos alguma coisa com ele.

O Mr Simplex, deveria privar mais com o ditador cubano, uma vez que este pelo menos é assumido, ao contrário do nosso.

Talvez assim as listas do SNS Português diminuissem e os pacientes fossem atendidos em tempo útil, e não depois da sua morte.

Bjos

O Pinoka disse...

Sorrisos em alta

A vontade de alguns em sair é tanta, que o dorso de um tubarão serve perfeitamente.
Quem diz o dorso diz os dentes.
Abraço



Diabólica

O problema é que o Fidel não tem o hábito de falar com gente de direita e isso é um obstáculo para o Sócrates.
Bjs